O Escaravelho de Ouro, de Edgar Allan Poe

 Mais uma das muito bem elaboradas narrativas de Poe. Em O Escaravelho de Ouro nos deparamos com toda a sagacidade e inteligencia dignas de um mestre, com tantos enigmas e segredos quanto podemos imaginar, entretendo do começo ao fim.
 Narra as histórias de William Legrand, um desafortunado que perdeu todos seus bens, de heranças ou não, num momento de azar, e decidiu por mudar-se do continente e morar numa ilha. Este Legrand, depois de encontrar um escaravelho, supostamente de ouro, passa a se portar estranhamente, impactando no seu comportamento com seus amigos, o narrador e Júpiter, um negro que foi escravo da família a que Legrand pertencia, e que passou a morar com seu mestre depois de seus azares, por amizade. O narrador, como disse, amigo de William, vai visitá-lo em seu casebre, e nesta visita, é surpreendido pelo amigo ao descrever sua mais nova descoberta, o escaravelho, que possuía manchas incomuns em seus élitros, que lembravam, segundo o narrador, uma caveira, a partir do desenho que Legrand fizera, por ausência do escaravelho, que Legrand havia emprestado no mesmo dia da descoberta, a um conhecedor de história natural. Pois, depois da visita, o narrador revela que havia semanas não via seu amigo, e logo recebeu uma carta do mesmo. Neste intervalo, em que ambos não tiveram contato algum, William passou por muitas coisas, descobertas acerca do besouro e de um enigma de piratas achado num papel velino próximo ao escaravelho, que lhe traria uma enorme recompensa, um tesouro que incluía ouro e pedras preciosas, e que compartilharia com seus amigos.

Para comprar:

Senhora Da Vinci, de Robin Maxwell

Capa de "Senhora Da Vinci"
da publicação Brasileira
 Um livro que te faz chorar e ao mesmo tempo rir, sentir a felicidade, saudade, tristeza e esperança. Nunca havia lido coisa qualquer que chegasse perto desse romance. Há situações que se encontram no livro as quais algumas pessoas pensariam ser inimagináveis naquela época. Todo o enredo se desenrola da renascença, e conta a história da mãe de Leonardo Da Vinci, Caterina, desde a sua adolescência até a velhice. É interessante porque, se ao iniciar a leitura o leitor não sabe que é tudo (ou ao menos uns 70% da história) criação da escritora, chega realmente a pensar que é tudo verídico, apesar de ser uma narrativa tão... exótica. ...bem:. 
 Um livro totalmente autêntico, que envolve pessoas de classes sociais totalmente distintas, o sofrimento de uma mulher que deu a luz à seu filho sozinha, no meio de muita tragédia, apenas com apoio do pai, enfrentando todo o preconceito que a sociedade da época tinha contra uma mulher nessas situações. E assim como há pessoas boas demais, há pessoas extremamente arrogantes, que querem Leonardo longe da pobre mãe, como o próprio pai de Leonardo. Juro que fiquei emocionada com a trajetória de vida, a coragem, a determinação, a garra de Caterina, admiro-a por ter feito tudo que ela fez pelo seu filho, apesar de não haver quaisquer certezas de que ela realmente existiu. O livro gira em torno da história desde ela, numa cidadezinha pequena da Itália decidir por se passar por homem (que boa parte da história ela o é) na cidade grande, para poder ficar próxima do filho, que na adolescência se tornou aprendiz nas oficinas de arte, até surpreender, seu amor e todos seus amigos, - depois de demonstrar toda a educação brilhante aos mesmos, agora estavam convencidos de que ela era ele - , que ela possuía, coisa que era incomum para uma mulher. Quando ela se revelou, já era uma das pessoas mais importantes e renomadas da época.

"Mas, por fim, o dia abençoado chegou. Saudável e madura como um pêssego no verão, fui levada para a cama. Meu pai caminhava nervosamente de um lado para o outro em seu quarto, enquanto Magdalena trabalhava entre minhas coxas abertas para trazer à luz uma criança aos berros - não Leonora, mas um menino, Leonardo. Minha tia disse que, em todo os seus anos de parteira, nunca tinha visto um bebê sair mais entusiasmado do ventre da mãe que meu garoto. Segundo ela, ele pareceu ter saltado para os seus braços, como se já estivesse cansado da escuridão e do silêncio, ansiado pelo mundo exterior." E assim se inicia, o belo romance de Robin Maxwell, Senhora Da Vinci.


 Não achei quase nada sobre a escritora, apenas a biografia em inglês, que se encontra em seu site. De fato, penso que este livro deve ser sua primeira publicação no Brasil, afinal, ela é pouco conhecida por aqui...  pelo que li, ela é especialistas nesses romances antigos maravilhosos! http://www.robinmaxwell.com/